Madeira diz que candidatura é contribuição a São Luís

O juiz federal Carlos Madeira comentou sua possível candidatura à Prefeitura de São Luís no ano que vem, durante entrevista ao programa Na Hora, da Rádio 92.3 FM, que foi ao ar nessa quinta-feira (12/12), às 13h00.

“A partir do dia 11 de janeiro, quando o ato de aposentadoria for publicado no Diário Oficial, posso falar com mais propriedade sobre uma possível candidatura. No entanto, garanto a vocês que esse projeto é uma espécie de chamado. Essa possível candidatura é uma contribuição ao debate e à São Luís”, declarou ao participar do quadro Papo da Hora.

O juiz federal explicou que nunca quis entrar na politica, mas afirmou que uma frase de Martin Luther King o fez mudar de ideia. “Nunca quis isso, mas confesso que uma frase de Martin Luther King, que diz o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons, teve valor inquestionável nessa decisão”, afirma.

Além de falar sobre esse assunto, Madeira falou de seu pedido de aposentadoria para entrar na disputa na capital maranhense ano que vem. O magistrado também fez balanço de sua atuação na magistratura e chegou a se emocionar ao lembrar-se de sua trajetória de vida.

Confira a entrevista completa com mais informações:

QUEM É ELE?

José Carlos do Vale Madeira, nasceu em São Luís e cresceu no Bairro de Fátima. Ele é filho de pai alfaiate e de mãe empregada doméstica e trabalhou como ajudante de pedreiro, de onde obtinha o dinheiro para fazer cursinho preparatório no centro da cidade.

Já frequentando a Universidade, certa vez foi surpreendido com uma abordagem do professor em sala de aula. Dizia o professor que, como já estavam em período bem avançado do Curso de Direito noturno, precisaria ter uma postura mais adequada com a advocacia. Vestindo naquela noite uma calça jeans surrada e uma camisa amarrotada de tanto tempo de uso e calçando sandálias de couro, e com os cabelos desalinhados, se parecia com um hippie. No intervalo ele foi à Coordenação do Curso falar com o Professor, se sentindo um tanto confuso, disse que não estava vestido daquela maneira por gosto ou por querer, mas por necessidade, que aquela era uma das duas calças que possuía e que não tinha sapato, perguntando o professor se era verdade. Claro que, sim, balbuciou com a voz embargada.

Por aquela época, Doutor Carlos Madeira estava com a firme decisão de ir para o garimpo no Pará; não conseguia comprar livros, cadernos, roupas… e o garimpo parecia uma opção de sobrevivência! O professor Pedro Leonel não deixou que ele virasse garimpeiro ou morresse de malária, como alguns da sua geração morreram em terras do Pará!

Formou-se na Universidade Federal do maranhão (UFMA) e especializou-se em Direito Civil e Processo Civil, na Faculdade Cândido Mendes. Lecionou na Escola de Magistratura de Rondônia e na Faculdade da Amazônia. Exerceu a advocacia até 1987, quando iniciou carreira no Ministério Público do Maranhão. Foi promotor de justiça e juiz de direito do Estado. Em seu estado natal, Carlos Madeira atuou como juiz federal, titular da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, desde 1996.

Na magistratura, uma de suas decisões mais comentada foi a sua determinação em suspender as dívidas dos membros das associações comunitárias de Rosário referentes aos empréstimos da primeira e segunda etapa do Pólo de Confecção de Rosário.

No último dia 3 de dezembro, entrou com pedido de apresentadoria ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, esgotando um ciclo da sua vida; transformando este dia em um marco de um novo desafio. Inspirado nas palavras do Apóstolo Paulo, Doutor Madeira tem consciência de que nestes anos todos combateu o bom combate, terminou a corrida e guardou a fé.

Ele encara seu novo desafio, de entrar na disputa no proximo ano, com foco na passagem clássica do livro de Eclesiastes: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”.

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