6 de outubro de 2024

Escolaridade é a maior diferença entre homens e mulheres

 Escolaridade é a maior diferença entre homens e mulheres

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que a maior diferença entre homens e mulheres está na escolaridade. As mulheres que tem níveis de escolaridade mais altos, fazem mais tarefas domésticas desde pequenas e estão chefiando cada vez mais famílias no Brasil. Mesmo assim, elas continuam sendo desvalorizadas no ambiente de trabalho e ganhando, em média, menos que os homens.  

Independente do tempo de estudo, os homens sempre ganham mais, mas essa diferença começa pequena, de menos de R$ 1 por hora, para trabalhadores com até 4 anos de estudo, e cresce até atingir mais de R$ 13 por hora para pessoas com mais de 12 anos de estudo.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2015, a mais recente e completa, o rendimento médio dos brasileiros era de R$ 1.808, mas a média masculina era mais alta (R$ 2.012), e a feminina, mais baixa (R$ 1.522).

Pesquisa apontou que a diferença de salário médio de homens e mulheres pode chegar a quase R$ 1 mil no país (Foto: Reprodução/Internet)

Segundo a pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Cristiane Soares, as questões socioeconômicas devem ser analisadas para entender as diferenças regionais. “Norte e Nordeste têm salários menores e, com isso, a desigualdade é pequena, mas continua sendo desigualdade. Em regiões com salários mais altos e em centros urbanos, que têm maior concentração de empresa, a disparidade aumenta”, diz.

Apesar de a diferença nacional entre os sexos já ser alta (R$ 490), a situação fica ainda mais desigual a depender da região ou estado do país. A maior diferença é encontrada no Distrito Federal, onde os homens ganham, em média, R$ 3.965, contra R$ 2.968 das mulheres – uma diferença de R$ 997.Já o estado com os valores mais próximos é Roraima: R$ 1.684 para os homens e R$ 1.646 para as mulheres, uma diferença de R$ 38. Em nenhum estado, porém, o rendimento médio feminino é mais alto que o masculino.

Além de ganhar menos, as mulheres ainda sofrem mais com o desemprego. A pesquisa mostra uma taxa de desocupação masculina de 7,7% e feminina de 11,6%. Segundo Cristiane Soares, as mulheres têm inserção de trabalho inferior aos homens, pois sempre foram ligadas a cuidados da casa e dos filhos. Quando o mercado está aquecido, ele busca essas mulheres como uma mão-de-obra a mais, mas, quando há uma crise, o impacto é maior para elas.

Tarefas de casa

De fato, os homens trabalham mais no trabalho principal que as mulheres – uma média de quase seis horas a mais por semana. Mas, na contrapartida, as mulheres gastam 10,5 horas a mais que os homens em trabalhos domésticos (lavando pratos, arrumando a casa, cuidando dos filhos, entre outros afazeres). Por conta disso, a jornada total feminina por semana fica mais alta que a masculina, geralmente.

Alta escolaridade

Nem tudo, porém, é má notícia para as mulheres. Entre 2000 e 2010, a frequência escolar feminina no ensino médio aumentou 9,8% em relação à masculina. A Pnad de 2015 também mostra ainda que o nível de escolaridade das mulheres é melhor, com 8,1 anos de estudo, contra 7,7 dos homens. Além disso, 15% das mulheres têm superior completo, contra 11,9% dos homens.

Outro fator que aponta o avanço feminino, segundo Cristiane, é o aumento de mulheres que são consideradas referências na família. O IBGE considera como pessoa de referência quem é responsável pela unidade domiciliar (ou pela família) ou assim considerada pelos outros membros. Os homens ainda são maioria (59,5%), mas o percentual de mulheres chefes de família saltou de 30,6% para 40,5% em 10 anos.

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