6 de outubro de 2024

Maranhão tem quase 70% dos consumidores endividados

 Maranhão tem quase 70% dos consumidores endividados
Estudo revelou ainda que o número de consumidores que afirmaram possuir dívidas alcançou 28,4% (Foto: Reprodução)

Dívidas com cheque especial, cartão de crédito, nome no cadastro de inadimplência, SPC, Serasa, contas a vencer, contas a pagar. Para 69,8% dos consumidores de São Luís o ano já começou com dívidas antigas. Esse patamar é o maior desde agosto de 2017.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), esse resultado representa um aumento de 5,9% em relação ao mês anterior e uma elevação de 17,3% na comparação com o mês de dezembro de 2018.

O estudo revelou ainda que o número de consumidores que afirmaram possuir dívidas em atraso, ou seja, encontram-se na situação de inadimplentes, alcançou 28,4% dos ludovicenses, indicando uma queda mensal de 5,6%, e avanço de 8 pontos percentuais em relação ao índice registrado em dezembro de 2018. Além disso, as famílias que afirmaram não ter condições de quitar suas dívidas chegou a 8,6% do total de endividados.

Dentre essas famílias está a do professor Bruno Henrique Santos. Segundo ele, tudo começou a desandar no começo do ano passado quando teve a quantidade de turmas que dava aula reduzida. A renda mensal caiu em média 50% e as contas tiveram que ser realinhadas. “Eu já tinha alguns débitos para pagar parcelados, e com dois filhos pequenos, não consegui de imediato recalcular os gastos. Daí as contas foram aparecendo e com o dinheiro menor, não tive condições de quitar alguns débitos. Acabou que eu estou com meu nome no Serasa e também com o cartão de crédito cancelado porque não tive mais condições de pagar. O ano passado foi bem complicado, mas espero que este ano eu consiga pagar minhas dividas, fazer acordo, ir quitando aos poucos”, contou.

De acordo com o levantamento, dentre os principais tipos de dívida contraídos com maior impacto sobre o nível de endividamento, o cartão de crédito permanece como destaque alcançando 69,0% das famílias, seguido dos carnês (15,2%), cheque especial (10,1%), crédito pessoal (5,3%) e cheque pré-datado (5,0%).

Pagamento das dívidas

No final de 2019 os trabalhadores brasileiros receberam as duas parcelas do 13°, e com elas veio também a dúvida do que fazer com o dinheiro extra.

Alguns investiram, outros pagaram dívidas, mas grande parte não sabia exatamente o que fazer, e por isso gastou mais do que deveria. Por isso, o dinheiro que poderia ser um alívio acaba se tornando mais uma dor de cabeça, devido à falta de planejamento. Começar o ano com dívidas acumuladas é um grande problema.

Segundo a pesquisa, o tempo médio de atraso para o pagamento das dívidas está em 59,5 dias. Entre aqueles endividados, 83,2% afirmaram ter de 11% a 50% de sua renda mensal comprometida com o pagamento dessas dívidas. No entanto, o nível de comprometimento médio da renda com o pagamento das dívidas em São Luís é de 30,9% dos rendimentos das famílias.

Para a auxiliar administrativo, Maria Lúcia Costa, o ano será de ajustes. Ajustes nos gastos, nas contas, nas finanças. “No ano passado nós fomos pegos de surpresa. Porque eu sou funcionária pública e meu marido era estoquista. A renda já não era muito alta, e aí piorou muito porque ele só conseguiu outro emprego no final do ano. Então agora que a gente está entrando nos eixos de novo, mas é muito ruim ficar devendo”, constatou.

Dicas para alinhar os gastos financeiros

  • Anote todos os seus gastos e faça disso um hábito diário, de preferência. Isto é importante para que você possa avaliar precisamente aonde o seu dinheiro está indo e depois saber onde pode cortar gastos;
  • Converse com a família sobre a situação financeira de vocês. Transforme-a em sua aliada no que se refere à contenção de gastos desnecessários;
  • Toda vez que fizer uma compra ou tomar uma decisão financeira, pense em seus objetivos de vida e verifique se aquele gasto faz sentido para estes objetivos;
  • Toda vez que for comprar algo, reflita se é uma necessidade ou um desejo. Na dúvida, não compre;
  • Adote um comportamento diferente. De nada adianta resolver seus problemas agora se seus hábitos de consumo e comportamento não mudarem.

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