6 de outubro de 2024

Exploração de gás em terra será debatida no MA

 Exploração de gás em terra será debatida no MA

As oportunidades e os desafios para o aumento da exploração do gás natural em terra serão discutidos durante visita de comitiva formada por representantes da indústria, do Governos Federal e estadual e técnicos do Congresso Nacional à planta de geração de energia da Eneva, em Santo Antônio dos Lopes, interior do Maranhão. A visita, que faz parte do programa Conhecendo a Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ocorrerá amanhã, 31, e na sexta-feira, 1º de setembro.

Na avaliação da CNI, além das reservas de gás natural nos campos do pré-sal, o Brasil tem grande potencial de produção do combustível em terra. De acordo com a Agência Internacional de Energia, o país é dono de reservas estimadas em mais de 1 trilhão de metros cúbicos de gás natural e petróleo em bacias terrestres. No entanto, a exploração dessas reserva ainda é insignificante.

“O desenvolvimento da exploração e da produção de gás natural em terra aumentará a oferta e reduzirá os preços do combustível, trazendo benefícios para toda a economia”, afirma o especialista em energia da CNI, Rodrigo Garcia.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez das Neves, com o desenvolvimento da exploração do gás em terra, o Maranhão passa a dispor de elementos dos dois lados da equação do mercado: de um lado, a oferta, representada pelo gás produzido no município de Santo Antônio dos Lopes; do outro, a demanda, representada pelas empresas produtoras de alumínio, produtos químicos, cerâmica, siderurgia, vidro, celulose e papel, todas consumidoras de muita energia.

“Ao Maranhão, não interessa só produzir e exportar energia, mas utilizá-la na internalização de processos produtivos multiplicadores de emprego e renda e receita tributária que impulsionem o desenvolvimento do estado”, comenta Edilson Baldez.

Estudo da CNI, de 2015, aponta os ganhos que o Brasil teria com o aumento dos investimentos na exploração e produção de gás natural em terra. De acordo com o estudo, se o setor recebesse investimentos de US$ 71 bilhões nos próximos 35 anos, a produção sairia dos atuais 23 milhões de metros cúbicos por dia e atingiria 140 milhões de metros cúbicos ao dia em 2050. Com o aumento da oferta, os preços cairiam, estimulando o consumo de gás natural na indústria e melhorando a competitividade do produto brasileiro.

Em consequência, a arrecadação do governo teria um acréscimo de US$ 79 bilhões de dólares até 2050, dos quais 39% seriam de Imposto de Renda, 29% de royalties e 32% de impostos indiretos. E mais: a ampliação das atividades de perfuração de poços, exploração e produção de gás em terra criaria milhares de empregos no setor.

A estimativa é que, com o aumento dos investimentos, sejam abertas 11 mil postos de trabalho diretos e indiretos por ano no setor no período 2021-2043. A partir de 2044, com o crescimento da produção, devem ser criados até 16 mil empregos diretos e indiretos por ano no setor.

Dependência
O aumento da produção interna também diminuirá a dependência das importações e ajudará o país a desenvolver uma nova indústria de gás natural. Em anos de pouca chuva, em que os reservatórios das hidrelétricas são insuficientes para gerar a energia necessária, o Brasil chega a importar cerca de metade do gás natural que consome. Boa parte do gás é usada no abastecimento das termelétricas. As despesas com a importação do combustível atingiram US$ 7 bilhões nos anos de 2013 e 2014 e aproximadamente US$ 5,2 bilhões no ano de 2015.

Entre as vantagens do uso do gás natural está ainda a redução das emissões de gases do efeito estufa. O gás natural é uma fonte de energia mais limpa do que o carvão e os derivados de petróleo. A expansão do uso desse insumo, especialmente nos setores que consomem muita energia, estimulará a indústria a substituir o carvão, os óleos combustíveis e outras fontes de energia de petróleo por gás natural, o que ajudará o Brasil a cumprir os acordos internacionais de combate ao aquecimento global.

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