Irã acusa EUA de violação do acordo nuclear
O Irã condenou nesta quinta-feira (3) as novas sanções americanas, que chamou de “violação” do acordo sobre seu programa nuclear, no mesmo dia em que começa o segundo mandato do presidente Hassan Rohani, pressionado em seu país.
“Acreditamos que o acordo nuclear foi violado e, portanto, vamos reagir de forma apropriada”, disse o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abas Araghchi.
“O objetivo principal da lei americana é assustar as grandes empresas e impedir que cooperem com o Irã. Mas comprovamos que a política dos países europeus vai contra isso”, completou Araghchi.
Novas sanções
O Congresso americano aprovou novas sanções contra o Irã, que envolvem seu exército de elite, a Guarda Revolucionária, assim como o programa balístico de Teerã. Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980.
No fim de junho, o Senado americano aprovou quase por unanimidade um projeto de lei que já havia sido votado na Câmara de Representantes para impor sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte. O presidente Trump promulgou as medidas na quarta-feira (3).
Acordo nuclear
O acordo assinado em julho de 2015 entre o Irã e as grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) limita o programa nuclear iraniano ao uso civil em troca da suspensão progressiva das sanções internacionais.
Ao contrário da administração americana de Barack Obama, o governo de Donald Trump adotou uma atitude hostil a respeito do Irã e critica o acordo nuclear.
A comissão iraniana que supervisiona a aplicação do acordo, integrada por Rohani e outras autoridades, “adotou 16 medidas que incluem uma série de reações contra a ação dos Estados Unidos”, completou Araghchi, sem revelar mais detalhes.
“Depois da promulgação da lei de sanções contra o Irã por Trump entramos em uma nova etapa e o Parlamento vai adotar sua própria lei em reação à lei americana”, disse Araghchi.
O Parlamento iraniano começou a analisar um projeto de lei para reforçar o programa balístico do país e a força Qods da Guarda Revolucionária para “lutar contra as sanções dos Estados Unidos”.
Fonte: FRI