24 de setembro de 2024

Sede do Incra é ocupada por fóruns e redes de cidadania

 Sede do Incra é ocupada por fóruns e redes de cidadania
(Foto: Divulgação)

Mais de 300 militantes sociais dos Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão ocuparam a superintendência Regional do Incra, localizada em São Luís/MA, na última quinta-feira (22). 12 núcleos municipais de cidadania se deslocaram para o ato que reivindicava posicionamento do INCRA em diversos processos referentes à vida das comunidades. 

Esses processos estão parados na instituição, prejudicando trabalhadores e trabalhadoras rurais, dificultando o acesso à terra, contribuindo para o avanço do agronegócio, a grilagem e o aumento do conflito/violência agrária.

(Foto: Divulgação)

Membros do judiciário, Ministério Público e polícia, com posições já conhecidas em relação à organização dos trabalhadores rurais, aproveitam a oportunidade de ausência e omissão do Incra para colaborar com esse quadro, instaurando procedimentos, perseguido os trabalhadores e expedindo liminares de reintegração de posse, de maneira abusiva, ilegal e arbitrária.

Durante a ocupação as comunidades manifestaram sua indignação e reivindicações, assim como suas expressões culturais e artísticas como o Tambor de Crioula e Bumba-meu-boi. Outro momento importante foi a fala dos jovens presentes no ato que colocaram suas esperanças na luta do povo organizado.

Ao término da Audiência com o Superintendente Regional e outros diretores do INCRA ficou firmado o compromisso da instituição em resolver parte dos problemas ainda essa semana, como o encaminhamento de ofício à Comarca de Urbano Santos comunicando a juíza o interesse da área de Santa Maria para criação de projeto de assentamento. Santa Maria é uma das comunidades mais perseguidas e violentadas pelo Poder Judiciário local e pelo latifúndio de plantação de eucalipto.

(Foto: Divulgação) 

O INCRA também solicitará da Secretaria de Patrimônio da União cartografia das áreas federais dos campos alagados de Arari e Anajatuba para barrar avanço das cercas nos campos inundáveis da região e assim garantir livre acesso dos pescadores aos lagos.

Ao final do ato foi lançado o projeto Sementes Caboclas, como forma de guardar as sementes da produção tradicional de nossa gente. E como ato simbólico, foram queimadas as sementes transgênicas distribuídas pelo governo do Estado do Maranhão, que favorecem a destruição da agricultura convencional, as empresas do agronegócio e implementam um tipo de agricultura insustentável, agressiva, destruidora e geradora de doenças em nosso povo.

“Nossa força é nossa organização, nossa resistência se demonstra na luta, nossa convicção é nossa persistência de nunca abandonar o nosso direito, nunca deixar de lutar pelo justo, de nunca aceitar nenhum tipo de injustiça”, disse Jorge Moreno, relator de Direitos Humanos dos Fóruns e Redes.

Fonte: Assessoria de Comunicação

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