Governistas se abstem de projetos polêmicos
Deputado Zé Inácio não votou em projeto que esvaziou conselho da Polícia Civil (Foto: Arquivo)
Deputado Zé Inácio não votou em projeto que esvaziou conselho da Polícia Civil (Foto: Arquivo)
Deputados da base governista passaram por forte constrangimento na Assembleia Legislativa, na semana passada, durante as sessões ordinárias em que foram votados projetos polêmicos em desfavor das polícias Civil, Militar e contra o Corpo de Bombeiros. As informações são de O Estado.
Durante a votação do substitutivo ao Projeto de Lei 365/2017, de autoria do Executivo e que impôs o esvaziamento do Conselho da Polícia Civil, pelo menos três deputados governistas se apresentaram constrangidos com a proposta.
O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB), filiado ao mesmo partido do governador Flávio Dino (PCdoB), fez duras críticas e votou de forma contrária ao projeto.
Ele disse que esvaziar o colegiado é “brincar de fazer segurança pública”. Cutrim ponderou que integra a base do Governo, e explicou o voto contrário.
“Sou do PCdoB, mas não posso aceitar um fato dessa natureza. Não é um problema político, é um problema técnico. Os colegas precisam rever seus pensamentos, temos que ter independência. Como digo, sou da base do governo, sou do PCdoB, mas não aceito um fato dessa natureza, porque está indo contra as instituições, contra a instituição da Polícia Civil”, argumentou.
Os deputados Bira do Pindaré (PSB) e Zé Inácio (PT), oriundos de movimentos sindicais, se abstiveram na votação.
O substitutivo ao Projeto de Lei 365/2017 o Conselho da Polícia Civil deixou de ter representantes da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol), da Associação dos servidores (ASPCEMA), do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) e da Associação dos Peritos Criminais (APOTEC).
Composto por 10 membros, o colegiado deve ser montado com indicações e nomeações exclusivas por parte do governador do Estado.
Mais constrangimento – Outro deputado governista constrangido com projetos de iniciativa do Palácio dos Leões foi Cabo Campos.
Campos se posicionou mas, de forma tímida, contra o Projeto de Lei 002/2018 e a Medida Provisória 265/2017, de iniciativa do Poder Executivo, que tratavam, respectivamente, da criação e transformação de Organizações Policiais Militares da Polícia Militar do estado e alteração do efetivo disposto no Quadro de Cargos Efetivos do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão.
O projeto de Dino beneficiava apenas coronéis da PM e extinguiu 144 cargos de soldados combatentes de todo o estado.
“Eu sou policial militar de carreira, eu não posso votar contra mim. É impossível você votar contra você mesmo. E aqui está pedindo para vocês não é só um deputado, mas um policial militar. E eu sei que se rejeitarmos esse projeto, daqui a dois ou três dias a categoria senta, conversa e teremos outra sugestão, que não essa”, disse.
Os projetos foram aprovados, sem alteração do texto original.
