Petroleiros suspendem paralisação
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) orientou os sindicatos filiados a suspenderem a greve de 72 horas iniciada à zero hora de quarta-feira, 30, segundo nota divulgada ontem, feriado de Corpus Christi.
Na nota, a entidade acusou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) de “criminalizar” o movimento sindical, ao considerar a greve ilegal e determinar a aplicação de multa em caso de descumprimento – primeiro, foi determinada penalidade de R$ 500 mil por dia, mas o valor seria depois elevado a R$ 2 milhões por dia.
“A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve”, diz um trecho da nota, publicada no site da FUP. “O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento”, diz o texto.
Os sindicatos reunidos na FUP decidiram por fazer uma greve na semana anterior à da segunda–feira, dia 21, quando começaram os protestos de caminhoneiros País afora. Na decisão inicial, a entidade sindical não determinou uma data para o início da paralisação. Com o crescimento do movimento dos caminhoneiros nas estradas, a FUP se reuniu no sábado passado e decidiu convocar uma paralisação de advertência por 72 horas.
Na terça-feira, véspera do início da greve, o TST considerou a paralisação ilegal pela sua “natureza política e ideológica”. Na quarta-feira, foi aumentada de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária cobrada de 18 entidades sindicais. A greve também foi apoiada pela Federação Nacional dos Petroleiros.
“Antes do protesto legítimo dos caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a retomada da produção a plena carga das refinarias e o fim das importações de derivados”, diz a nota da FUP.