15 de novembro de 2024

Campanha contra o feminicídio mobiliza estudantes

 Campanha contra o feminicídio mobiliza estudantes

(Foto: divulgação)

(Foto: divulgação)

Estudantes, pais e professores da Unidade de Educação Básica (U.E.B.) Artur Azevedo, localizada em Pedrinhas, na zona rural de São Luís, participaram esta semana de mais uma etapa da campanha contra o feminicídio. A ação está sendo realizada pela Coordenadoria das Delegacias da Mulher no Estado do Maranhão e outras instituições da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, em parceria com a Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed).

A coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão, Kazumi Tanaka ministrou uma palestra sobre o tema para cerca de 70 estudantes do Ensino Fundamental, pais e professores da escola, expondo situações concretas e depoimentos de mulheres vítimas de abuso e violência. Ela também deu dicas e orientações de como identificar, reagir e proceder em casos de violência contra a mulher.

O Secretário Municipal de Educação (Semed), professor Moacir Feitosa, afirma que as ações da campanha corroboram as atividades de prevenção e combate à violência que já acontecem em diversas escolas da zona rural e urbana de São Luís em conjunto com diversas instituições, entre as quais Fundação Vale, Alumar, Polícia Militar do Maranhão, Secretaria de Segurança com Cidadania (Semusc) e Associação Comunitária do Itaqui-Bacanga (Acib).

Com essas instituições, a Prefeitura realiza o projeto “Operários da Paz”, o programa “Unidos” e o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). “Todas essas ações têm a finalidade de promover um ambiente pacífico e acolhedor dentro e fora das nossas escolas, para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça de forma saudável, contribuindo também para a formação cidadã dos nossos estudantes”, destaca Moacir Feitosa.

Para que os números da violência contra a mulher diminuam, Kazumi Tanaka orientou os participantes da palestra a ficarem atentos a qualquer sinal de violência doméstica, seja em sua família ou na comunidade na qual estão inseridos. “Eu me importar com a vida do outro é que vai fazer toda a diferença. A transformação tem que começar a partir de mim, não aceitando qualquer tipo de violência, conversando e orientando meus filhos, e fazendo a diferença também na vida do meu próximo”, ressalta a especialista.

Denúncias

Para denúncias nacionais e orientações sobre como proceder e que instituições procurar em caso de constatação de violência contra a mulher ou qualquer outra situação que possa culminar com a morte de uma mulher, as pessoas podem ligar para o Disque Denúncia Nacional – 188, ou podem ainda, em caso de residir em São Luís, ligar para o Disque Denúncia Local – 3223-5800. As ações da campanha contra o feminicídio envolvem outras escolas municipais de São Luís e estaduais, e serão realizadas até 12 de novembro, Dia Municipal do Feminicídio. Na semana que antecede esta data, serão realizadas diversas ações de sensibilização da sociedade, chamando a atenção para a questão.

Segundo Kazumi Tanaka, está prevista a realização de um concurso cultural para as escolas da rede municipal e estadual em São Luís. Serão premiados os melhores trabalhos e composições de estudantes em música, poesia, flash mob e vídeo de bolso (com uso do celular). Os detalhes do concurso serão divulgados em breve.

A estudante Lijhoranna Sousa da Costa, 14 anos, do 9º ano na U.E.B. Artur Azevedo, parabeniza a iniciativa. “Fiz um texto sobre o feminicídio onde falo da importância da mulher, e aconselho para que nenhuma mulher se submeta a qualquer relacionamento abusivo ou violento”, relata.

A gestora Sherlene Regea disse que outras ações serão realizadas na escola até a semana que marca o Dia de Luta contra o Feminicídio em São Luís – 12 de novembro. “Já temos dezenas de textos, poemas e pintura feitos pelos nossos alunos, e continuaremos a estimular a produção dos mesmos para fazermos uma grande exposição”, destaca Sherlene.

O professor de ciências da escola, Glauber Augusto Coelho e destacou que a comunidade na qual a U.E.B. Artur Azevedo está inserida tem um histórico de violência e precisa de ações que possam combater essa situação. “A palestra foi bem esclarecedora, de uma linguagem acessível, e creio que deva ter tirado a dúvida de muitas mulheres, mães de nossos alunos, que participaram”, assinala.

Priscila Daiane, de 28 anos, mãe da aluna Alice Daiane Correia Costa, 12 anos (3º ano), conta que a conversa foi esclarecedora. “Tenho conhecimento de muitos casos de violência. Foi muito bom ter vindo aqui para entender o que é mesmo feminicídio e o que eu posso fazer para ajudar as pessoas, mulheres e crianças, que sofrem violência, para que a situação não chegue ao extremo, gerando morte”, finaliza Priscila.

0 Reviews