29 de setembro de 2024

Justiça decide que assassino de sobrinha-neta de Sarney vai a júri popular

 Justiça decide que assassino de sobrinha-neta de Sarney vai a júri popular

Empresário Lucas Porto. (Foto: Reprodução)

Empresário Lucas Porto. (Foto: Reprodução)

Em audiência de instrução realizada nesta quinta-feira (25), o juiz da 4ª Vara do Tribunal do Juri, José Ribamar Goulart Heluy Jr, decidiu pelo júri popular do empresário Lucas Porto no processo do assassinato da publicitária Mariana Costa, ocorrido na noite do dia 13 de novembro de 2016.  A data do júri apenas poderá ser determinada após esgotados todos os recursos da defesa.

O empresário Lucas Porto, assassino confesso de Mariana Costa, sobrinha-neta do ex-presidente da República José Sarney, e uma testemunha de defesa foram ouvidos foram ouvidos durante a audiência. Esta foi a primeira vez durante todo o processo que Lucas Porto foi ouvido no tribunal.

Mariana Costa foi encontrada morta na noite do dia 13 de novembro de 2016 no apartamento onde morava, no bairro Turu, na capital. Lucas Porto, na época cunhado da vítima, confessou o crime. O crime aconteceu há quase dois anos e o caso ainda não foi a julgamento.

De acordo com a defesa do empresário, haverá recurso ao Tribunal de Justiça visando a despronúncia em relação ao crime de estupro porque não haveria elementos suficientes para remeter o réu ao júri. Em relação ao homicídio, a defesa de Lucas Porto informou que não há elementos suficientes de autoria e que a própria decisão aponta que não existe testemunha ocular do crime.

RELEMBRE O CASO

Mariana Costa. (Foto: Arquivo pessoal / Facebook)

Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, de 33 anos, foi encontrada morta na noite do dia 13 de novembro de 2016, em seu apartamento, no nono andar de um condomínio, na Avenida São Luís Rei de França, no Turu, em São Luís.

O empresário Lucas Porto, com 37 anos na época, confessou que matou a sobrinha-neta de Sarney, a publicitária Mariana Costa, 33 anos. Porto era cunhado da vítima. A motivação seria uma atração que ele tinha por Mariana. As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, em entrevista coletiva, na capital.

Mariana foi uma das 140 vítimas de feminicídio no Maranhão nos últimos dois anos. Além dela, dezenas de mulheres são assassinadas todos os anos no Maranhão vítimas de feminicídio. Só em 2018, foram 35 casos, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). De 2016 até o momento, mais de 140 mulheres foram vítimas desse crime hediondo.

A delegada Kazumi Tanaka afirma que os números de mulheres mortas no estado são considerados altos e que é necessário um trabalho de conscientização da sociedade para desmitificar a ideia de que a mulher é uma propriedade do homem.

“Esses números ainda continuam a ser altos; mas o que a gente está trabalhando contra? A gente está trabalhando contra uma cultura que ensina que relacionamentos amorosos, afetivos, familiares são relações de poder e que a mulher é vista como posse e propriedade do homem, e ela não pode rebelar contra essa vontade porque se ela se rebelar ele se acha no direito de retirar a própria vida daquela mulher. Então, essas coisas ainda acontecem, infelizmente, por conta de uma construção cultural e para mudar essa cultura é preciso muito esforço, é preciso muita consciência e é preciso muito investimento”, concluiu a delegada.

0 Reviews