28 de setembro de 2024

Programa implantado no Socorrão II identifica e acolhe mulheres vítimas de violência

 Programa implantado no Socorrão II identifica e acolhe mulheres vítimas de violência

(Foto: divulgação)

(Foto: divulgação)

Criado para proporcionar acolhimento humanizado, orientação e encaminhamento adequados a mulheres vítimas de violência física e sexual, o Setor de Atividades Especiais – Espaço Mulher (SAEEM), ação pioneira no Brasil executada pela Prefeitura de São Luís nas dependências do Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II), tem contribuído significativamente para quebrar o ciclo de violência sofrida por centenas de mulheres que dão entrada na unidade vitimadas por lesões oriundas de agressões. A ação, que integra a política de apoio e proteção à mulher vítima de violência doméstica, desenvolvida na gestão do prefeito Edivaldo atendeu, de janeiro a setembro deste ano, cerca de 300 mulheres nessa situação. O programa é coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

O titular da Semus, Lula Fylho, atribui ao diligente trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar do SAEEM o aumento vertiginoso desse atendimento voltado ao amparo de mulheres atendidas no Socorrão II, que enfrentavam situações de violência doméstica. Em 2013, ano em que o programa foi instituído, o setor atendeu 45 pacientes vitimadas por agressões tipificadas das mais diversas formas. Em cinco anos o programa identificou e atendeu mais de 1.300 mulheres vitimas de violência.

O trabalho do SAEEM consiste em uma verdadeira ação de busca ativa para identificar na unidade mulheres violentadas atendidas ou em atendimento no Socorrão II. Ao dar entrada no hospital, a vítima passa por uma classificação de risco e, então, é direcionada para o atendimento médico especializado, como ortopedia, por exemplo. Ao mesmo tempo, a equipe de assistentes sociais do SAEEM é acionada para averiguação das circunstâncias da lesão sofrida.

Para cercar a mulher com os cuidados necessários, o serviço do SAEEM é feito de forma articulada com outros órgãos de proteção à mulher e de enfrentamento à violência doméstica, que são acionados para tomadas de providências, entre eles estão a Patrulha Maria da Penha, Coordenadoria das Delegacias de Atendimento e Enfrentamento à Mulher, Casa da Mulher Brasileira, Defensoria Pública, Ministério Público, Juizados, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializada de Assistência Social, (Creas), Casa Abrigo, entre outros órgãos dependendo do caso identificado na entrevista das equipes do SAEEM.

As mulheres vitimas de violência, que preferem não se identificar, dizem que o atendimento recebido no local é importante para recuperar a saúde e, sobretudo o trauma. “Essa é uma marca que fica para sempre. O apoio psicológico é muito importante. A gente se abrir, contar o que aconteceu para alguém já ajuda muito”, disse uma das vítimas que está recebendo atendimento no Socorrão II.

Toda a metodologia de trabalho foi desenvolvida pela Prefeitura de São Luís dentro do Socorrão II, baseada na política nacional de proteção à mulher, adotando os mesmos métodos e diretrizes. Um núcleo é formado por uma equipe multiprofissional composto por assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, entre outros, que atuam diretamente na resolutividade da problemática visando romper o ciclo de violência que vem sendo enfrentado pela paciente atendida.

O serviço também faz o trabalho de busca ativa de pacientes que foram atendidas fora do horário de atendimento do setor, que é de 7h às 19h, ou que já tenham sido liberadas do atendimento médico. Nesse tipo de busca ativa, que geralmente é feita por telefone, as equipes analisam primeiramente as fichas médicas e buscam identificar com a paciente em que circunstância a lesão aconteceu, verificando ainda se foi feito Boletim de Ocorrência, entre outros procedimentos.

O setor orienta ainda sobre os serviços disponibilizados pelo SAEEM e sobre os procedimentos que ela deve tomar casos tenha sido vítima de alguma agressão. O núcleo também é responsável por uma serie de prisões de agressores, a partir do encaminhamento às autoridades competentes dos casos identificados pelo setor.

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