30 de setembro de 2024

Paulo Guedes refuta título de superministro

 Paulo Guedes refuta título de superministro

Paulo Guedes assumiu nesta quarta o cargo de ministro da Economia (Reuters / Ueslei Marcelino)

Paulo Guedes assumiu nesta quarta o cargo de ministro da Economia (Reuters / Ueslei Marcelino)

Em seu primeiro discurso como ministro da Economia, Paulo Guedes refutou o título de “superministro” e disse que ninguém consertará os problemas do país sozinho. “É uma construção conjunta. Não existe superministro, não existe alguém que vai consertar os problemas do país sozinho, os três poderes terão que se envolver”, afirmou, durante cerimônia de transmissão de cargos, da qual estão presentes o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Guedes citou a importância do papel da imprensa, a quem chamou de “quarto poder”. Ele disse ainda que não há motivos para dúvidas de que temos uma “democracia resiliente” e que está sendo testada nos últimos 30 anos.

No discurso, disse que a Previdência Social, as privatizações e a simplificação de tributos são os “pilares da nova gestão”.

Guedes fez um “pedido de ajuda” aos parlamentares para a aprovação da reforma da Previdência. De acordo com ele, se o governo e o Legislativo conseguirem aprovar a reforma, o País terá dez anos de crescimento à frente.

A proposta foi enviada pelo governo Michel Temer ao Congresso em 2016 e chegou a ser aprovada em uma comissão especial em maio de 2017, mas não avançou desde então por falta de acordo entre os partidos.

Para o ministro, a Previdência Social virou uma “gigantesca engrenagem de transferências perversas”. “A Previdência é atualmente uma fábrica de desigualdades. Quem legisla tem as maiores aposentadorias, quem julga tem as maiores aposentadorias. O povo brasileiro, as menores”, declarou.

GASTOS PÚBLICOS

Ao afirmar que o aumento nos gastos públicos é o “mal maior” da economia, Guedes afirmou a expansão das despesas é o “calcanhar de Aquiles” de todas as tentativas de estabilização da economia.

As contas públicas registram deficit (despesas acima das receitas) desde os últimos cinco anos, e o governo prevê rombo de R$ 139 bilhões neste ano.

Paulo Guedes informou que quer unificar sete ou oito tributos em um imposto federal. Acrescentou, ainda, que também buscará descentralizar os recursos, ou seja, destinar mais arrecadação para os estados e municípios.

Ele voltou a defender um programa amplo de privatizações, e disse que o ideal é que a carga tributária, que é o patamar de impostos pagos em relação à riqueza do país, não seja maior do que 20% do PIB. No ano passado, somou 32,43% do PIB. ?Acima disso, é o quinto dos infernos. Tiradentes morreu por isso?, disse.

TETO DE GASTOS

Na avaliação do novo comandante da Economia, o teto de gastos, mecanismo pelo qual as despesas não podem crescer acima da inflação do ano anterior, não tem sustentação sem as reformas estruturais, como da Previdência Social.

“O teto esta aí, mas, sem paredes de sustentação, cai. Essas paredes são as reformas. Temos de aprofundar as reformas”, declarou.

O novo chefe da Economia também defendeu a necessidade de fazer uma reforma administrativa no setor público. Ele citou a existência, atualmente, de mais de 300 carreiras no governo federal, e informou que cargos de confiança já estão sendo cortados. Informou ainda que o governo vai atrás de benefícios fiscais, como subsídios para empresas.

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