Moradores denunciam falta de iluminação em Rosário-MA
Proprietário da empresa responsável pela manutenção do serviço já chegou a prestar depoimento durante uma operação da PF que desmontou um esquema que desviou cerca de R$ 1,2 bilhão de obras rodoviárias no Tocantins.
Os moradores da Travessa da Faixa, no bairro Vila Pereira, em Rosário-MA, reclamam de falta de iluminação pública. A denúncia foi enviada pelo aplicativo de troca de mensagem da Rádio 92.3 FM, por um ouvinte da comunidade ao programa Na Hora, dessa quarta-feira (2/01).
Intrigado com a reclamação, o jornalista Celso Roque, repórter investigativo do portal Rádio Notícia Maranhão – RNM, resolveu ir ao município e constatou que os moradores da localidade de fato sofrem sofre com a escuridão.
Os problemas geram uma série de situações que colocam em risco a vida dos próprios moradores. “A gente anda com medo, à mercê dessa escuridão que vem contribuindo com os índices de assalto”, afirma a doméstica Maria Sousa.
Em vários bairros a situação é a mesma, as luzes dos postes estão queimadas ou muito fracas. No município é comum encontrar ruas no escuro. A origem do problema ainda é desconhecida, mas existe uma suspeita: a empresa Delbrisa Engenharia Ltda, responsável pela manutenção dos serviços de iluminação no município rosariense, teria sido alvo de supostas irregularidades que, inclusive, chegaram a ser investigadas pela Polícia Federal.
Conforme a reportagem do RNM apurou, a Delbrisa Engenharia foi contratada por R$ 147.800,00 para prestar serviços de iluminação pública na cidade rosariense. A proposta firmada entre a empresa e a gestão da prefeita Irlahi Linhares foi assinada no dia 05 de maio de 2016 com prazo de vigência de seis meses.
A firma pertence ao empresário Delson Brito de Sousa. Curioso é que no mesmo ano em que firmou contrato com a prefeita Irlahi, o proprietário Delbrisa prestou depoimento por suspeitas de integrar um esquema com outras seis construtoras que desviou cerca de R$ 1,2 bilhão de obras rodoviárias no estado do Tocantins.
Na época, o alvo da Operação Ápia era o empreiteiro codoense Francisco Antelius Sérvulo Vaz, que chegou a ser preso PF no Tocantins.
Em depoimento à Polícia Federal, Delson Brito de Sousa, sócio da Delbrisa Engenharia, empresa que fez o projeto da estrada sede do município de Buriti Bravo ao povoado Café Buriti, disse que 1 Km de terraplanagem custava R$ 300 mil, mas nas planilhas da obra contratada pelo governo o valor era de R$ 600 mil. À PF, o dono da Delbrisa contou que recebeu apenas R$ 100 mil de Francisco Antelius.
Em Rosário, a população questiona a destinação do recurso público que deveria ser da iluminação. Além disso, eles lembram que muitos dos problemas não são recentes, mas garantem que foram agravados na atual gestão. “A situação é de caos, pois a comunidade fica à mercê da criminalidade”, reclamou o ouvinte ao fazer a denúncia.
OUTRO LADO
A reportagem procurou a assessoria de comunicação da prefeitura rosariense e aguarda um posicionamento oficial do município em relação às denúncias.
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