27 de setembro de 2024

A comédia mais divertida do São João do Maranhão está de volta!

 A comédia mais divertida do São João do Maranhão está de volta!

Peça ‘O Desejo de Catirina’ será reapresentada nos dias 30 e 31 de julho e 1º de agosto/19, no Teatro Alcione Nazareth, em São Luís/MA. – Foto: Reprodução

O bom humor da divertida comédia ‘O Desejo de Catirina’ está de volta aos palcos maranhenses. Com a apresentação de Uimar Júnior, a partir de livre adaptação do texto do escritor Wilson Chagas, a comédia ‘O Desejo de Catirina’ será reapresentada nos dias 30 e 31 de julho e 1º de agosto/19, às 19h, no Teatro: Alcione Nazaré do Centro de Criatividade Odilo Costa, filho, na Praia Grande, em São Luís/MA. Ingressos no local.

Com direção de Uimar Júnior e Tony Costa, o espetáculo é baseado na história tragicômica mais popular dos folguedos maranhenses: O Auto do Bumba meu Boi. No elenco, Júlio Fernandes (ator convidado), Tony Costa, Danilo Barnu, Tony Ferraz, Cristina Gomes e Uimar Júnior. A peça tem apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secult), Joana Bittencourt, José Alencar, Boi da Floresta, Boi de Santa Fé, Jeísa Moraes, Júnior Gravadora e Boi de Palha. O figurino é de Jeisa Moraes, cenários, adereços e sonoplastia de Uimar Júnior e iluminação de Tony Costa. Imperdível!

Foto: Reprodução

Saiba mais:

Conta a lenda que no mês de junho, a negra Catirina, grávida, de madrugada, sente um desejo muito estranho e arriscoso: o desejo de comer “um cozido de língua de boi”. Só que não era um cozido de língua de um boi qualquer. Tinha que ser a língua do boi “Mimoso”, o boizinho mais querido da fazenda e que, além de garboso e malhado, sabia dançar.

O coitado do “Nêgo Chico” ainda tenta de todas as formas dissuadir sua amada, sugerindo-lhe outras “iguarias” típicas de mulher grávida e desejosa. Porém, não teve jeito nem conversa. Catirina faz um drama e não restou senão ao Chico, pesar e medir entre o delito e o amor, roubar o boizinho Mimoso e tirar-lhe a língua para a sua “Catitinha”. Dá-se a tragédia. Entretanto, aproxima-se o dia dos festejos juninos e, durante os preparativos, o dono da fazenda manda buscar o seu boizinho de estimação e prepara-lo pra dançar para os convidados e descobre através de seus vaqueiros que o Mimoso sumiu e, pior: MORREU.

Entre desmaios e desmandos, choro e alvoroço, o Patrão inconformado, manda os vaqueiros irem à descoberta de quem havia cometido tamanho crime. Os mandados retornam com a notícia de que haviam encontrado os restos mortais do Mimoso “lá pras bandas da casa do Nego Chico”.

Ante a denúncia, o Patrão manda trazer o “dito cujo” já preso e amarrado para pagar por tamanha desfeita. Chegam os vaqueiros com o “Nego Chico” amarrado e que, depois de  açoitado pelo chicote do Patrão, confessa o “crime de amor”.

Contudo, Chico pede uma chance para tentar reparar o dano. O Patrão consente e Chico vai em busca do Cazumbá e implora ao espírito da floresta que ressuscite o Boi Mimoso. O Cazumbá faz uma dança-ritual e o boizinho começa a dançar. Então tudo termina em festa. Mas… aí… vem a comédia que só assistindo pra saber!

FICHA TÉCNICA:

Direção:………………………………………………………………… Uimar Junior e Tony Costa

Figurino:………………………………………………………………………… Jeisa Moraes

Maquiagem, Sonoplastia, Cenário e adereços …………………….. Uimar Junior

Contra Regra           …………………………………………………………………. Ivana Pinto

ELENCO:

Catirina:………………………………………………………………………… Uimar Junior

Nêgo Chico:…………………………………………………………………… Tony Costa

Patrão:…………………………………………………………………………… Júlio Fernandez  

  1. Maria (mulher do Patrão);……………………………………………. Tony Ferraz

Zeferino (Vaqueiro):………………………………………………………..  Danilo Barnu

Cazumbá:……………………………………………………………………….. Cristina Gomes

Uma história do Brasil Colônia

O auto do Bumba meu boi é um retrato do Brasil colonial sertanejo, especialmente do Nordeste brasileiro. As relações de poder, laborais e sociais são evidenciadas pelo típico coronelismo da época – que, de alguma forma e infelizmente – ainda sobrevive na sociedade brasileira de hoje. Assim sendo, as três principais matrizes étnicas da formação do nosso povo estão representadas através de seus principais personagens – elas mesmas que deram seu contributo importante para a criação desta que é a mais brasileira das manifestações folclóricas e o mais brasileiro dos folguedos, dada a sua origem, a sua diversidade e complexidade, principalmente o daqui do Maranhão.

A comédia “O Desejo de Catirina”, baseada nesse auto, veio leve e despretensiosa, com um formato feito para agradar principalmente ao público infantil. No entanto, tem sido fortemente aplaudida por todas as faixas etárias. Sua linguagem simples e muito bem humorada aliada às suas mensagens de grande impacto, atuais e necessárias em tempos confusos e conflitantes do cenário político, social e moral nacional atinge em cheio aquele público consciente de sua própria história, de seu povo e de sua cultura, com suas dores e alegrias.

Dessa forma, entre conversas cheias de sotaques, expressões e palavras tão nossas, interações com o público e com esse humor tão escrachado e nordestino, a nossa miscigenação é exaltada, a comunhão entre os povos defendida e até um aspecto da ideologia de gêneros é colocada em debate. Questões do cotidiano de nossa cidade também aparecem como o transporte público, (falta de) respeito ao próximo e a violência. E, como tudo no Brasil, tudo termina em uma grande e alegre festa. A estória do Bumba meu boi nasce da dor e do sacrifício para terminar numa festa do prazer, do perdão, da união e do renascimento: é desta resiliência que precisamos para erguermos o Brasil!

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