Funcionários anunciam greve após retirada de segurança das agências dos Correios
Esta semana, o deputado federal Rubens Júnior denunciou, na Câmara Federal, que o Governo Federal cancelou contratos de segurança em dezenas de agências dos Correios no Estado do Maranhão e pelo menos 76 agências dos Correios no Estado terão os postos de segurança encerrados.
A medida tem como principal objetivo gerar economia. De acordo com dados dos Correios, o prejuízo já chega a quatro bilhões de reais, isso levando em consideração ao rendimento dos últimos dois anos.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios foi informado da decisão do Governo Federal há aproximadamente um mês. Mas o anúncio deixou a categoria preocupada, já que algumas agências vêm sendo alvo constante de bandidos. A última ocorrência de assalto à agência dos Correios ocorreu no dia 28 de junho no município de Grajaú, onde funcionários e clientes foram feitos reféns durante tentativa de assalto.
Entretanto, essa não está sendo a única preocupação dos funcionários. Na manhã de hoje (01), o diretor de patrimônio do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Maranhão, Wilson Balde, afirmou que os funcionários da Central de Tratamento de Cartas e Encomendas dos Correios de São Luís poderão entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 12 deste mês.
A falta de mão de obra e condições inadequadas de trabalho, são as principais reivindicações da categoria. Além disso, a categoria questiona sobre a demissão em massa que vem acontecendo na empresa. Apenas este ano, segundo o diretor, 200 funcionários já perderam o emprego.
Com a suspensão do serviço, as entregas de correspondências na capital poderão sofrer atrasos nas unidades.
Decisão do Governo
De acordo com memorando circular enviado pela presidência dos Correios à Superintendência Estadual do Maranhão, algumas medidas podem ser tomadas pelo Órgão para amenizar a situação, como: substituição dos serviços de vigilância por portaria ou recepção, instalação de fechadura eletrônica ou porteiro eletrônico, melhoria na iluminação, recuperação de muros.
Em outro comunicado, os Correios sugere que prefeituras e câmaras municipais sejam comunicadas da situação, e, caso não queiram, que os “Bancos Postais” tenham os serviços interrompidos, já que devido à determinação judicial, as agências que oferecem o serviço denominado “Banco Postal”, a empresa está obrigada a disponibilizar postos de vigilância armada.
Com a determinação, convênios deverão ser firmados com os Correios para que os municípios arquem com as despesas de segurança. “O que se quer é transferir uma responsabilidade do Governo Federal para os municípios brasileiros, que estão assolados pela crise”, protestou Rubens Júnior.
(*) Texto alterado às 10h15 para acréscimo de informações