Encanto, amores e sonhos: os contrastes de uma cidade de 405 anos
Um local mágico cercado pelo Oceano Atlântico. Uma ilha surpreendente, em que os poetas que nela viveram declaravam que o amor nasceu neste lugar. Em São Luís, o sagrado e o profano se misturam, fazendo com que a cidade tenha uma das maiores diversidades culturais do mundo.
Fundada para ser uma França Equinocial, a história desta cidade começou antes do dia 8 de setembro de 1612. Em meados do século XV, piratas atracaram na ilha para fazer escambo e procurar as drogas do sertão: raízes, ervas, cascas e especiarias.
A capital do Maranhão foi fundada pelos franceses, recebeu o nome do Rei Luís XII, foi invadida por holandeses e entrou para história se tornando a capital mais lusitana do país. As guerras e as mudanças de poderes proporcionaram a São Luís uma beleza arquitetônica rara no mundo.
A importante localização em relação a Linha do Equador permitiu que a cidade histórica fosse porta para o desenvolvimento econômico do Brasil, com a exportação de algodão e importação de tudo que era produzido na Europa, atraindo imigrantes de todas as partes, miscigenando a cultura do lugar que foi inspirado na reconstrução de Lisboa, destruída ao ser atingida por um terremoto que atingiu Portugal em 1755.
O privilégio da cidade também foi refletido nos poemas entoados pelos poetas e sábios que viveram em São Luís. Cada frase criada por eles fez com que a capital fosse reconhecida como Atenas Brasileira.
A industrialização de meado do século XIX trouxe outra mudança para Ilha de São Luís. Com a instalação do Parque Fabril, o Maranhão se tornou o segundo estado mais industrializado do país. Mas tempos depois não resistiu ao endividamento. Atualmente, as fábricas responsáveis pelo sucesso econômico estão em ruínas ou são usadas como prédios públicos.
As influências sofridas ao longo do tempo permitiram que São Luís fosse considerada como cidade colonial e Patrimônio da História no ano de 1997. A cultura trazida por todos os povos fez com que surgissem manifestações únicas. Os terreiros misturam o catolicismo dos portugueses com a fé dos índios e africanos. Os sotaques do Bumba-Meu-Boi celebram milagres feitos por pajés e são dedicados a São João. O Tambor de Crioula reúne o ritmo do terreiro, a cadência do bumba boi em uma dança de sedução, que também é para pagar promessas a São Benedito. Neste lugar, o forró do nordeste também é ouvido e o reggae da Jamaica é dançado agarradinho.
De um passado místico e histórico, a capital maranhense foi preparada para o desenvolvimento. Surgiram os prédios na região Litorânea que aqueceram ainda mais o desenvolvimento, atraindo desta vez a vinda de pessoas do interior do estado. Surgiram também às margens do mesmo oceano, as palafitas, assim como as invasões que se tornaram bairros sem estrutura, permitindo que o contraste impere na cidade deste os tempos coloniais.
Foram essas e outras diferenças que tornaram São Luís em Capital da França Equinocial, Ilha Bela, Jamaica Brasileira, Ilha do Amor, Atenas Brasileira, Cidade dos Azulejos, Capital Brasileira do Reggae e Ilha Magnética.
