22 de setembro de 2024

Órgãos de classe anunciam crise na Polícia Civil do Maranhão

 Órgãos de classe anunciam crise na Polícia Civil do Maranhão

Uma crise começa a se instalar entre a Polícia Civil e o Governo do Maranhão. Duas entidades representativas da classe, a Associação dos Delegados da Polícia Civil do Maranhão (Adepol) e o Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (Sinpol), se posicionaram em relação à situação da categoria no estado.

A Adepol emitiu uma moção de repúdio contra o secretário de Estado de Segurança Pública (SSP), Jefferson Portela, e governador Flávio Dino. Os delegados alegaram que o Estado cometeu censura, demonstrou autoritarismo e tentou intimidar a categoria funcional dos delegados de Polícia Civil do Maranhão

A moção foi emitida em razão das últimas medidas tomadas pela SSP em relação aos delegados Gustavo Tavares Barbosa de Matos, Virginia Loiola Beserra e Fábio Silva Cordeiro Pessoa. De acordo com a Adepol, eles são alvos de processos administrativos disciplinar e alvos de remoções. Segundo a moção, as ações foram desenvolvidas em represália ao exercício da profissão e da liberdade de expressão dos delegados.

A Adepol ainda declarou que não faz oposição ao governador Flávio Dino, e muito menos quer guerrear com o comunista, porém vai repudiar a falta de dialogo, democracia e politização do nobre propósito da atuação dos delegados.

Na moção, eles chegam a citar que o totalitarismo já produziu instrumentos como a Gestapo na Alemanha nazista; Pide na Revolução Portuguesa; Ton Ton Macoute do Haiti e o SNI Doi-Codi que funcionaram durante a Ditadura Militar no Brasil, e eles esperam que no Maranhão não se viva essa mesma situação.A associação informou que vai tomar medidas cabíveis para coibir e denunciar todas e quaisquer represálias contra os delegados maranhenses.

Leia a moção na íntegra (Clique aqui)

Por outro lado, o Sinpol reclama das condições de infraestrutura das delegacias e condições das viaturas. Segundo o sindicado, alguns prédios não apresentam condições de trabalho e outros estão funcionando no improviso, com a Central de Flagrantes de Timon, que não fornece condições para o exercício das funções da Polícia Judiciária, porque possui problemas na parte elétrica, hidráulica e de segurança contra incêndio. Há uma grande probabilidade de desabamento.

Central de Flagrantes de Timon (Foto: Sinpol)

Na Delegacia de Guimarães, o telhado em ruínas infiltra água para o forro, durante o inverno, alagando todo o interior da unidade e danificando vários documentos, procedimentos e inquéritos policiais. As celas de alvenaria apresentam diversas infiltrações, que aumenta o risco de fugas. Entre 2015 a 2017 ocorreram sete fugas na unidade. Não há área para banho de sol e os dejetos das celas são lançados diretamente para o mar.

Delegacia de Guimarães (Foto: Sinpol)

Sexta-feira (10), um incêndio atingiu a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) em Imperatriz. O fogo teria começado no ar-condicionado de uma das salas do prédio, chegando a se alastrar e alcançar a central de ar. Segundo relato dos funcionários, a troca do eletrodoméstico, que era antigo, foi solicitada várias vezes. De acordo com o diretor de Integração Classista do Sinpol, Vinícius Lima, o incêndio foi contido pelo Corpo de Bombeiros, mas acabou atingindo computadores, impressoras, processos e móveis.

Incêndio da DAI de Imperatriz (Foto: Sinpol)

A falta de estrutura em delegacias do Maranhão tem obrigado os profissionais da segurança a conviverem com o improviso. A constatação foi feita pelos diretores sindicais em visita às dezoito regionais do estado realizada.

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