20 de setembro de 2024

Butatan começará a produzir remédio de alto custo para doenças autoimunes

 Butatan começará a produzir remédio de alto custo para doenças autoimunes

Instituto Butantan

A vida de Samuel mudou depois que começou o tratamento certo. Há 16 anos, ele foi diagnosticado com espondilite anquilosante, uma doença crônica, que afeta as articulações.

“Toda vez que eu tive o medicamento disponível, eu consegui ter qualidade de vida e voltar a ter uma rotina de vida mais próxima do normal possível”, lembra o educador físico Samuel Oliveira.

A medicação é o Adalimumabe, usada para tratar doenças crônicas inflamatórias e autoimunes. São duas seringas por mês, que custam de R$ 7 mil a R$ 13 mil. O remédio é fabricado no exterior e importado pelo Ministério da Saúde. Agora, passará a ser produzido aqui no Brasil.

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Um acordo entre o Instituto Butantan e a farmacêutica suíça responsável pela substância possibilitou a transferência da tecnologia do medicamento. Sendo assim, a produção passa a ser nos laboratórios do Butantan e entregue diretamente ao Sistema Único de Saúde (SUS), a custos mais baixos.

A iniciativa faz parte da Política de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo, a PDP, que amplia o acesso a medicamentos e produtos de alta complexidade. Já são 10 como esta no Butantan. Um processo longo que pode levar até 10 anos, como explica um dos diretores do Instituto.

“Começa com o processo regulatório, em seguida, passa para um processo de integração da tecnologia para embalagem e, em seguida, o envase, a produção do IFA, e todo o processo de qualidade. Estima-se que 30 mil pacientes serão beneficiados através dessa iniciativa”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Hubert Guarino.

O Adalimumabe ficou em falta por mais de 8 meses entre 2020 e 2021. Para a Sociedade Paulista de Reumatologia, a produção nacional em grande escala vai beneficiar aqueles que têm no remédio a esperança.

“A gente vai evitar esse risco de desabastecimento. E esses pacientes apresentam uma doença crônica, que realmente não pode ter uma interrupção desse tratamento. A gente não conseguiu a cura ainda dessas doenças, mas a gente conseguiu controlar muito bem através desses medicamentos”, esclarece o presidente da SPR, Nacife Araújo.

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