Deputado Pedro Fernandes não assumirá Ministério do Trabalho
O presidente Michel Temer voltou atrás na nomeação do nome de Pedro Fernandes (PTB-MA) para o Ministério do Trabalho e solicitou ao presidente do PTB, Roberto Jefferson, que o partido indique um novo nome para o cargo. A indicação de Pedro Fernandes para o cargo ocorreu na última quarta-feira (27), após a saída de Ronaldo Nogueira, do PTB.
Nesta terça-feira (02), o Planalto afirmou que houve o veto do ex-presidente José Sarney, que considera Pedro Fernandes um opositor. A posse do deputado federal era esperada pelo partido para a próxima quinta-feira, dia 4 de janeiro. O deputado chegou a confirmar que já havia indicado ao cerimonial do Planalto os nomes de seus convidados para a posse no ministério.
No entanto, a situação sofreu uma reversão nesta terça-feira. O presidente do PTB confirmou que o governo pediu uma nova sugestão de nome para o cargo e disse que é preciso “aguardar” os acontecimentos.
Em entrevista concedida a uma emissora de TV, o deputado disse que seu nome criaria “embaraço” entre Temer e José Sarney, que, segundo o deputado, foi o responsável pelo veto da indicão. “Infelizmente, não deu (para ser ministro), devido ao embaraço que eu crio na relação do presidente Temer com o ex-presidente José Sarney”, disse Fernandes.
Ao ser questionado, o ex-presidente José Sarney negou que tenha vetado o nome de Pedro Fernandes para o ministério. Sarney disse, por meio de assessores, que não foi consultado e que não vetaria um nome do Maranhão.
Nos bastidores, o ex-presidente ficou irritado de ter tido seu nome envolvido na polêmica. Apesar do desmentido, na prática Sarney continua sendo um dos cacique do PMDB e influente dentro do governo de Michel Temer. “Ele [Pedro Fernandes] quer arrumar uma desculpa. Colocar a responsabilidade sobre as minhas costas. Se, no passado, não vetei Flávio Dino para a Embratur, não faria isso para alguém que foi nosso amigo”, complementou o ex-presidente da República.
Além de Pedro Fernandes, estavam na disputa pelo cargo os nomes do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) — que ficou conhecido por dizer que estava “se lixando para a opinião pública” ao relatar um processo no Conselho de Ética em 2009 — e do deputado Josué Bengston (PTB-PA).