24 de setembro de 2024

Especialistas querem abertura do comércio com responsabilidade

 Especialistas querem abertura do comércio com responsabilidade
Foto: Reprodução

Participantes da audiência pública (17/6) da comissão externa que acompanha na Câmara as ações de combate ao coronavírus elogiaram o Plano Protege Brasil. O projeto de lei foi detalhado durante a reunião, que discutiu a retomada das atividades comerciais no país. A proposta (PL 2430/20), do deputado Alexandre Padilha (PT-SP), condiciona o retorno das atividades a critérios como o número de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e a expansão da capacidade hospitalar.

“É um erro pensarmos o Brasil como um todo, é um erro pensarmos um estado como um todo. Nós estamos trabalhando o conceito de regiões. Nós estamos classificando quatro tipos de regiões. Cada um dos tipos de regiões tem a ver com a sua situação epidemiológica e, para cada um dos tipos, nós estamos reconhecendo que algumas atividades de circulação, sejam econômicas ou de trânsito, nas cidades devam ser abertas ou não. ”

As quatro regiões de que fala o projeto são classificadas como de alta transmissão; em alerta; em contingência; ou em observação. Cada situação teria protocolos específicos.

Representantes dos governos estaduais presentes à audiência disseram já trabalhar em esquema parecido. O governador do Piauí, Wellington Dias, reclamou da ausência de uma estratégia nacional de combate à doença e salientou iniciativas do seu estado, como a busca pelos pacientes com coronavírus por meio das equipes de Saúde da Família e o monitoramento da população com o auxílio da telemedicina.

Secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi detalhou o plano de retomada das atividades no estado baseado na divisão de regiões. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite,  mostrou o Modelo de Distanciamento Controlado, que tem como parâmetros a base de dados sobre o coronavírus e o sistema de controle de leitos. O estado também foi dividido em regiões e um sistema de bandeiras com quatro cores alerta para que tipo de flexibilização pode ser feita.

“É uma ilusão pensar que, desprezando os cuidados sanitários, você vai ter normalidade do ponto de vista econômico, porque as pessoas observam o que está acontecendo e, se elas observarem que não há proteção à sua saúde e à vida das suas famílias e das pessoas que elas querem bem, elas estarão sob risco e, sob risco, elas deixam de consumir, elas deixam de investir e a economia é afetada. ”

Empresários da indústria e do comércio relataram a ajuda que estão dando à população em tempos de pandemia, como a recuperação de respiradores e a distribuição de alimentos. Eles defenderam a retomada das atividades econômicas com responsabilidade. Antonio Queiroz Júnior, representante da Confederação Nacional do Comércio, reivindicou mais suporte governamental em relação a crédito e pagamento de tributos e enfatizou a anormalidade da crise econômica atual.

“Ninguém imagina que, o comércio abrindo, vai ter fila de clientes esperando na porta. Não haverá. O que nos dá motivação a consumir é a confiança e hoje o que menos se tem é a confiança e a segurança no dia de amanhã. A confiança se se vai perder o emprego, a confiança se será contaminado, a confiança de ir às ruas. Então todas as medidas, elas têm que levar em consideração que haverá um período de recuperação lenta. ”

Durante a audiência pública, profissionais de saúde insistiram no equilíbrio entre a retomada da economia e a proteção à vida da população. O médico intensivista Luiz Fernando Correa deu o exemplo dos Estados Unidos, onde a flexibilização já está se refletindo no aumento no número de casos da Covid-19 em alguns estados. O sanitarista Pedro Siqueira citou o Chile, que pensa em retomar restrições depois da piora do quadro epidemiológico, caso também de alguns municípios do interior de São Paulo.

“Nós só podemos garantir reabertura depois da queda continuada do número de casos novos confirmados e suspeitos de pelo menos 14 dias. ”

O especialista lembrou que países como Espanha, França e Itália demoraram pelo menos 30 dias entre o pico da doença e o início da retomada das atividades econômicas.

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Fonte: Rádio Câmara e RNM Online

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