25 de setembro de 2024

Funcionários do Porto do Itaqui iniciam greve

 Funcionários do Porto do Itaqui iniciam greve
Arrumadores e conferentes que atuam no porto reivindicam direitos desrespeitados (Foto: Divulgação)

Arrumadores e conferentes de cinco empresas que atuam no Porto do Itaqui, na BR-135, iniciaram greve na manhã de ontem. Os funcionários interditaram a entrada principal para o porto, reivindicando direitos acordados com as empresas, em assembleia realizada há seis meses, que não foram cumpridos, até o momento. As lideranças do movimento afirmaram que restabelecerão as atividades assim que um novo acordo for feito.

Os trabalhadores responsáveis por carregar e descarregar os navios do Porto do Itaqui, que atende importantes setores do estado, iniciaram o protesto após o não cumprimento de um acordo realizado no dia 30 de novembro de 2017, entre os funcionários e o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado do Maranhão (Sindomar), e as empresas, com prazo de 12 dias para que entrasse em vigor.

As principais reivindicações referem-se ao não cumprimento de carga horária de trabalho, o atraso no reajuste salarial e na Convenção Coletiva De Trabalho (CCT). “Nós estamos trabalhando sem Convenção Coletiva vigente e o nosso índice, que deveria ser anual, está atrasado. Nós pedimos várias reuniões com o Sindomar, e até agora não tivemos êxito. Uma só operadora se mostrou disposta a negociar”, contou o secretário do Sindicato dos Conferentes, Sandro Fontinelle.

Outro ponto levantado pelos trabalhadores diz respeito à administração do Porto, de responsabilidade da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). Segundo eles, a empresa tem sido omissa e deixado de fiscalizar os serviços realizados na área do Porto, como explicou o trabalhador portuário avulso, Benedito Campos.

“Eles não estão fiscalizando o que está acontecendo dentro da área portuária. Operadores trabalhando sem carteira assinada, trabalhadores tem de recorrer na Justiça para poder receber seus direitos, porque não tem CLT. Os contratos vigentes de acordos, que as operadoras não estão cumprindo, eles não estão fiscalizando, isso tudo é omissão da Emap”, relatou.

De acordo com os funcionários grevistas, algumas tentativas de acordo foram feitas, mas não houve êxito. “Quem vem negociar com a gente chega, conversa, dialoga, mas na hora de assinar no papel diz que não tem autonomia para fazer isso. Que tem que pedir autorização para as Sociedades Anônimas, para donos de empresas. Nunca tem o poder de negociar. Então, não adianta”, ressaltou Benedito Campos.

As manifestações seguem até que os empresários e funcionários cheguem a um acordo. A paralisação nos serviços de carga de descarga dos navios influenciam significativamente na atuação do Porto e economia do estado.

A Emap informou, por meio de nota, que estão sendo tomadas as providências necessárias para garantir o pleno direito de ir e vir e a segurança das pessoas e do patrimônio público. A paralisação desses trabalhadores avulsos afeta, neste momento, somente a movimentação de fertilizantes, impactada desde quinta-feira, 24, pela greve dos caminhoneiros. A empresa ressaltou ainda que acompanha os acontecimentos na expectativa de que as questões entre sindicatos de trabalhadores e operadores portuários sejam resolvidas o mais breve possível.

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