26 de setembro de 2024

Imigrantes pedem para ficar no Brasil

 Imigrantes pedem para ficar no Brasil

Imigrantes africanos aguardam documentos para continuar no Brasil (Foto: Reprodução)

A chegada do grupo de 25 africanos ao Maranhão depois de ficarem à deriva e serem resgatados por pescadores do Ceará, completou 14 dias nesse sábado (2). Eles pagaram aproximadamente mil euros para entrar ilegalmente no Brasil em uma viagem dentro de um catamarã velho que veio de Cabo Verde, no oeste da África.

Imigrantes africanos aguardam documentos para continuar no Brasil (Foto: Reprodução)

Os dois brasileiros que trouxeram os imigrantes estão presos. Enquanto isso, todos os africanos pediram asilo no Brasil e já conseguiram autorização temporária para permanecer no país. Eles aguardam a documentação definitiva do governo brasileiro.

“Eles têm direito. A nossa lei de refúgio permite que, assim que eles entrem com o pedido, têm direito de permanecer no Brasil enquanto o procedimento é instruído. O Conselho Nacional de Refugiados que vai decidir o processo e, a princípio, todos acabarão sendo aceitos no Brasil “, declarou a superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Cassandra Ferreira.

Madiop Thioune é de Senegal e há quase duas semanas está em um alojamento do Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís. Ele contou que veio ao Brasil em busca de trabalho.

“Os brasileiros disseram que aqui tinha trabalho. Eu vim em busca de uma vida melhor, para trabalhar aqui. Fiquei espantado quando eu vi que tinha tanta gente para comer”, disse o senegalês.

A viagem

No caminho da viagem de Cabo Verde ao Brasil, o mastro da vela quebrou em uma tempestade que os deixou à deriva. Além disso, a embarcação tinha capacidade máxima de 13 pessoas, mas carregou 27 pessoas amontoadas durante 34 dias.

A alimentação deles era a base de arroz puro. Em depoimento à polícia, contaram que cada um só tinha direito a três bolachas e três colheres de arroz por dia. Depois de cinco dias sem rumo, a comida e a água já haviam acabado e alguns contaram que tomaram água do mar até serem resgatados por um barco pesqueiro e trazidos para o Maranhão. O nigeriano Jerry Ossagie disse que não chegou a ter medo.

“Eu não fiquei com medo. Por que eu ficaria? Eu sabia que era perigoso, mas eu preferi correr o risco para tentar ser alguém. Minha família hoje está feliz porque eu estou aqui” , contou.

Assim como os outros imigrantes, o guineense Talatou Sow está recebendo apoio da Secretaria de Direitos Humanos do Maranhão e dos maranhenses que têm feito doações todos os dias. Ele falou que se arriscou na viagem ao Brasil por causa dos problemas em Guiné.

“Eu vejo o Brasil como um bom país. Meu país enfrenta problemas políticos e não tava fácil por lá. Eram muitos problemas. Eu espero poder trabalhar aqui”, relatou.

Aos 37 anos, o guineense pretende trabalhar no Rio de Janeiro ou em São Paulo assim que receber os documentos definitivos. Ele deixou quatro filhos e a esposa na África e contou que estava feliz por ter sobrevivido, mas não sabia expressar a falta que sentia da família. “Saudade”, disse Talatou. (Com informações do G1 MA)

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