22 de setembro de 2024

Projeto leva música e esperança para pacientes em São Luís

 Projeto leva música e esperança para pacientes em São Luís
Técnico de enfermagem, Luís Carlos dos Santos Almeida, leva música para pacientes internados no Hospital Universitário Presidente Dutra (HU-UFMA). — Foto: Arquivo pessoal

Terapias alternativas nunca foram tão necessárias para aliviar um pouco da tensão causada pela pandemia de Covid-19. Nesse contexto, a música tem sido protagonista em um projeto social que leva alegria, alento e esperança para pacientes internados no Hospital Universitário Presidente Dutra (HU-UFMA) em São Luís.

O projeto ‘Visita Musicada’ foi criado em 2018, por uma equipe de profissionais da saúde do hospital. Desde então, com o isolamento social, a iniciativa ganhou mais força e busca deixar o espaço hospitalar mais humanizado.

Com a ajuda de um violão, o técnico de enfermagem e pós-graduando em musicoterapia, Luís Carlos dos Santos Almeida, de 38 anos, realiza visitas quase que diárias aos pacientes com longa internação hospitalar. Em entrevista, ele diz que a música tem sido fundamental para amenizar os danos causados pelo isolamento.

“O projeto foi criado para amenizar um pouco mais da questão do isolamento, porque a UTI já é um ambiente em si muito isolado. Com isso, ele [o projeto] diminui esse isolamento social que a pessoa tem. Inclusive, um dos nossos critérios, é esse isolamento da família. Sempre tem nesse projeto escrito ‘a separação familiar’ do quadro clínico do paciente”, disse.

Para receber as visitas, a equipe médica responsável pelo projeto cria um vínculo com o paciente que decide se aceita ou não participar das ações. Depois, ele responde a um questionário sobre canções que foram importantes na sua vida, para criar uma espécie de identidade sonora.

A partir disso, as sessões são marcadas pela equipe do projeto. Em média, cada paciente recebe entre três a cinco visitas. Desde dezembro do ano passado, mais de 30 pacientes já foram atendidos pela iniciativa no Hospital Dutra.

Luís Carlos explica que por conta do isolamento, o projeto acaba abrangendo também os profissionais que atuam na linha de frente no hospital. Por conta da pressão diária provocada pelos longos plantões, ele conta que tem pensado em outas inciativas voltadas para os profissionais da área.

“O projeto não acaba só abraçando o paciente, mas todos os funcionários que estão na linha de frente. A gente sabe que é uma carga de pressão muito grande em cima deles e que a demanda de serviço aumentou. Sinto que meu trabalho deixou de ser apenas uma função e se tornou uma missão de fazer o hospital melhor e mais humanizado. Tenho um sentimento de gratidão, felicidade e sensação de estar cumprindo minha missão para qual foi chamado. Minha missão pessoal de fazer o bem por onde eu estiver por meio da música”, disse.

Humanizar para transformar o cuidado

O enfermeiro José Neres de Souza, de 37 anos, coordenador do serviço de humanização do HU-UFMA, explica que as ações são pensadas para tornar o ambiente hospitalar menos doloroso e mais humanizado. Durante o atendimento, o paciente não só recebe tratamento médico, mas também psicológico, social e espiritual. Ele afirma que a resposta têm sido positiva e transformadora.

“A gente amplia a visão do cuidado, que vai muito além de dar remédio, fazer exames, daquilo que a gente conhece dos cuidados dos hospitais. E isso trás ânimo, acolhimento, alegria e até esperança para esses pacientes. Então o feedback é muito positivo, temos recebido cada vez mais convites para ir até os pacientes e a gente entende que isso é um recurso muito importante no tratamento terapêutico dos pacientes”, diz.

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